domingo, novembro 01, 2009

Golda não, folte.

Em miúda sempre fui gorda. Não era gordinha, nem cheiinha, nem fofinha, nem forte (não, mãe, não era forte!). Era mesmo gorda. Gorda ao ponto de nas lojas nada me servir e de ter de comprar roupa números acima da minha idade, gorda ao ponto de deixar umas calças de ganga deformadas com o volume da minha barriga, gorda ao ponto de me chamarem Moby Dick na piscina. Já perceberam a ideia, não?


Durante um certo tempo eu não me apercebi que era assim tão gorda, nem de que isso era assim tão mau. Afinal, até ali sempre tinha visto pessoas de todos os feitios e formatos viverem em conjunto de forma relativamente pacífica e sem grandes conflitos (ou pelo menos, não conflitos que resultassem da sua aparência física). Vivia feliz no meu mundinho de comida condimentada e doces saborosos, numa inocência condizente com os cerca de 5 ou 6 anos que devia ter. Até ao dia em que, num recreio de escola, uma besta qualquer (leia-se “o meu vizinho da frente e melhor amigo na altura”) resolveu chamar-me baleia, ao mesmo tempo que me atestava um murro e alguns empurrões que me deitaram por terra. Tudo com vários outros cretinos (não sei se já repararam que, além de serem “a melhor coisa do mundo”, as crianças são verdadeiras idiotas, mais cruéis que Mussolini e com o individualismo de um rebanho de ovelhas) a rirem-se da piada. Claro que no dia a seguir, servindo-me do facto de ele ter a consistência de um palito (certamente já ouviram falar da dupla “Bucha e Estica”), além de lhe dar um valente atesto de pancada diante do mesmo público do dia anterior, ainda lhe coloquei a alcunha que o havia de perseguir durante toda a primária: Sacholas (escusado será dizer que o menino tinha os dentinhos da frente um pouco proeminentes…). Naqueles dois dias aprendi duas lições: não se pode confiar em ninguém e “não te zangues, vinga-te.”.


O problema é que essa questão ficou resolvida, mas o trauma de ser gorda nunca mais me largou: dos 10 anos em diante foram dietas atrás de dietas, oscilações de peso entre o “boazona” e o “desvia-te que estás a tapar o sol”. Eu bem queria ser racional (ou inteligente) o suficiente para o sacudir, mas confesso que é complicado. Desde que comecei a trabalhar, a actividade tem ajudado a conseguir comer mais ou menos o que quero (pelo menos numa das refeições do dia ou dia sim dia não), mas mais 1 ou 2 kg na balança e lá vou eu jantar cereais ou só uma peça de fruta, enquanto experimento todos o tipo de cremes, actividades físicas e milagres estéticos para ajudar. O que é certo é que, por muito que me digam que estou dentro do peso normal (atenção que eu não sou nada fã de mulheres magrinhas: gosto muito de curvas e é isso que acho sensual: peito, anca, rabo, tudo no sítio) e que os números da roupa confirmem, de vez em quando olho para o espelho e vejo lá aquela miúda gorducha.


Bem, tudo isto para dizer que nos últimos dias aconteceram duas coisas que quase me levaram novamente a esse mundo de insegurança.

Primeira: vou a um gabinete de estética novo (usufruir da oferta de uma porcaria de um cartão qualquer a que aderi) e a “técnica”, mirando-me de cima a baixo no início da “consulta”, pergunta: “Excesso de peso, tem?”. Devo ter ficado a olhar para o animal esquelético durante cerca de meio segundo, a pensar para mim mesma “Fome, passas?”, para depois responder entredentes: “Não.”.

Segunda: vou comprar umas meias de descanso a uma parafarmácia. A empregada, simpática, pergunta “Altura e peso? Só para calcular o tamanho necessário…”. Respondo eu: “1,65m, 53kg.”. E vai ela: “63kg?”. Só me apeteceu arrancar-lhe o sorriso da cara à bofetada. 63kg, grande asno? 63 kg? Eu pareço que tenho 63 kg?!

Isto tudo no espaço de 1 semana. Felizmente, passada a fúria, tive o distanciamento de pensar “Porra, então eu visto um 36 - ou pelo menos, quase sempre… - e estas cabras a dar-lhe?? Querem saber mais? Foltam-se vocês!”

Imagem: retirada do blog filomena-emsegredo.blogspot.com

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segunda-feira, outubro 19, 2009

Inesquecível.

Às vezes temos a sorte de conhecer pessoas que nos tocam. Pessoas que, por terem um percurso de vida excepcional e um carácter fora do comum, se distanciam do comum dos mortais. Pessoas que inevitavelmente deixam a sua marca em todos aqueles que cruzam o seu caminho. Estas pessoas são maiores que a vida e, quando partem, deixam para trás muito mais que uma sensação de perda irreparável e um mar de saudades inconsoláveis.

Eu tive o privilégio de conhecer uma dessas pessoas. Mais do que isso, tive a honra de estar suficientemente próxima para quase me poder considerar da sua família. Estimo cada momento que passei com ele e todos os pedacinhos de sabedoria com que me presenteou. Recordo já com imenso carinho os fragmentos de vida que amavelmente partilhou comigo. Infelizmente, nem aqui é lugar, nem eu me sinto à altura de apresentar uma vida transbordante de feitos grandiosos, caracterizada por uma inestimável riqueza de pormenores, plena de vivências invejáveis, marcada por intensas alegrias e sucessos, ferida por profundas tristezas e desilusões.


Posso apenas tentar revelar um pouco do Homem que conheci. Este Homem, que percorreu mundo, ergueu um império jornalístico e marcou de forma indelével uma época, nunca esqueceu aqueles que dele precisaram. Este Homem, conhecido pela vontade férrea, feitio intransigente e reacções coléricas, não hesitava em louvar abertamente o amor da sua vida, exibindo fotografias e relatando os feitos daquela que escolheu para companheira de vida. Já não se fazem homens assim. O molde partiu-se e os últimos exemplares teimam em cansar-se de um mundo demasiado pequeno e mesquinho para eles.


Nunca vou esquecer a forma carinhosa como me incluiu no seu coração. Retribuo mantendo-o para sempre no meu. Adeus Sr. R.


Imagem: retirada do site comunidadedetete.multiply.com/

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terça-feira, outubro 13, 2009

Poupem-me.

Estou fartinha, fartinha, fartinha. Até às pontinhas dos cabelos.

Estou fartinha de prima donnas. Estou fartinha de profissionais competentíssimos que nunca se enganam. Estou fartinha que se tentem esconder enganos atrás de paternalismos boçais. Estou fartinha de trabalhos feitos com desleixe (1º regra que aprendi na vida profissional: demora tanto tempo a fazer bem como a fazer mal). Estou fartinha de pessoas dissimuladas. Estou fartinha de ataquitos de histeria. Estou fartinha de que se justifique a má-criação com excesso de trabalho. Estou fartinha de desresponsabilizações. Estou fartinha de burrice mascarada de indignação. Estou fartinha de egos que não correspondem ao talento. Estou fartinha do elogio do “eu”. Estou fartinha de que as pessoas esperem palmadinhas nas costas por fazerem o seu trabalho. Estou fartinha de cochichos e insinuações maldosas. Estou fartinha de cobardias e pessoas com 2 caras. Estou fartinha de espectáculos deprimentes. Estou fartinha de jibóias, cobras e minhocas com pretensões a víbora.


Também estou cansada. Física e psicologicamente esgotada.

Estou cansada de ver pessoas dignas serem postas em causa. Cansada de não ver o mérito atribuído a quem de direito. Cansada de ver alguns enteados a tentar sobreviver num terreno fértil em filhos. Cansada de sentir mais desprezo que admiração. Cansada de ver joguinhos de poder e associações tenebrosas. Cansada de tentar ter esperança. Cansada de nada mudar. Cansada de estar cansada.

Imagem: http://palavrasescondidas-maria.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

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terça-feira, outubro 06, 2009

Don’t you feel like crying?

Em 1987, um pequenino filme destinado ao fracasso (do argumento - colocado em hold por vários estúdios - à reacção de produtores e patrocinadores perante o produto final - “Queimem as bobines e recolham o dinheiro do seguro.”) abanou o ano cinematográfico e tornou-se um dos mais vistos e rentáveis de sempre. Quanto a mim, se houve filme que marcou a minha adolescência foi “Dirty Dancing”.

Fui vê-lo com uma das minhas melhores amigas e, a partir do momento em que saímos do cinema, ficámos mais ou menos 6 meses numa alternância entre suspiros e passos de dança. Foi muito fácil identificarmo-nos com aquela menina ingénua e virginal, com fortes ligações afectivas ao pai, que descobre numas férias o poder da atracção, a força do amor, a magia da dança. O que nós queríamos ser a Baby, o que nós queríamos um Patrick Swayze só para nós, o que nós queríamos uma cave escura e fumarenta onde pudéssemos ensaiar uns passos de dança super sensuais. A cena em que o casal passa a primeira noite juntos entrou directamente para o meu coração e estabeleceu um standard difícil de equiparar: haverá algo mais erótico do que aquela dança de corpos colados, que se desnudam e descobrem ao som de um tema de intensidade perturbadora? Inesquecível.


Há duas semanas atrás, revi o filme e voltei a apaixonar-me. Mas agora com uma paixão mais pungente, mais dolorida, menos inocente: o bad boy sensível, o bailarino incontornável, uma das referências da minha juventude desapareceu para sempre. Patrick Swayze partiu, vítima da mais cruel das doenças, uma sombra da personagem que encarnou. Ainda que não sirva de consolo, fica a certeza de ter tocado inúmeras vidas, de ter lugar permanente no imaginário de milhões de pessoas.


PS - Um ou dois anos mais tarde fui ver o “Pretty Woman”, com a mesma amiga. Apesar de ter sido outra experiência cinematográfica bastante marcante, não obteve o mesmo efeito: era mais difícil identificarmo-nos com uma prostituta de esquina de L.A. …


Imagem: retirada do site www.vol1brooklyn.com

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segunda-feira, setembro 21, 2009

My favourite serial killer

Eu sempre tive um fascínio inexplicável por serial killers. Na mesma altura em que ainda trocava cromos dos Modern Talking com as amigas, já andava pelas bibliotecas (sim, que no meu tempo não havia Net para toda a gente…) a tentar saber mais sobre o sedutor Ted Bundy e o infame David (Sun of Sam) Berkowitz.

Desconfio que as razões se prendem com a necessidade de compreender o que me rodeia e, sobretudo, as acções dos seres humanos (o que gostava de tirar um curso de psicologia!). Sempre quis perceber como é que pessoas com uma inteligência acima da média e donas de um charme irresistível, podem simultaneamente arquitectar e levar a cabo a morte (na maior parte das vezes macabra) de outros seres humanos. Também não entendo como é que um indivíduo capaz de albergar tamanho mal dentro de si se consegue fundir na sociedade durante um período de tempo obrigatoriamente longo (caso contrário seria um “single killer”…). Assim, mais do que qualquer outro tipo de assassinos e homicidas, estes sociopatas assustam-me pelo requinte da sua malvadez e levam-me a questionar a verdadeira capacidade de análise dos seres humanos (sempre que um é capturado aparecem logo todos os amigos e conhecidos a justificar a sua cegueira: “Era uma excelente pessoa…ninguém podia suspeitar de uma coisa destas…”).


Bem, mas esta conversa toda para quê? Porque, num acesso de brilhantismo norte-americano, surge uma série que joga com todos os receios e ansiedade relativos a esta questão: “Dexter”, um serial killer de serial killers. Haverá conceito mais bem conseguido que este? Sem conseguirmos culpabilizar a personagem principal, e incapazes de não simpatizar e torcer por ele, assistimos dia após dia ao ritual segundo o qual Dexter captura, assassina e se desfaz dos corpos da sua vítimas. Com a desculpa de um passado traumatizante e regido por um código de valores desenvolvido especificamente para nos amaciar a consciência, este serial killer mais não faz do que aquilo que todos gostaríamos de poder fazer: eliminar a escória da sociedade, criminosos da pior espécie, violadores, sádicos, pedófilos, todos com o carimbo inquestionável de assassinos. No meio de tudo isto, assistimos às suas reflexões absolutamente amorais sobre a sociedade, as relações, a família e o trabalho. É que Dexter não julga nem sente como os restantes mortais. Mesmo com a evolução da personagem (que entretanto ganhou uma mulher e um filho), continua a analisar tudo friamente e sem qualquer ligação emocional, mantendo intacta a sua regra de ouro: não ser apanhado. É impossível ver a série sem ficarmos absolutamente rendidos ao seu raciocínio brilhante e humor cínico.


É raro uma série ou filme conseguirem manter o nível do livro que lhes deu origem. Neste caso, o livro de Jeff Lindsay é mais negro, apresentando um Dexter bastante mais desligado daqueles que lhe deveriam ser próximos, mas a série consegue estabelecer uma ligação indelével com os seus espectadores. Sem dúvida que a riqueza e envolvência dos sucessivos argumentos, um elenco excepcional e as estrelas convidadas das várias temporadas em muito contribuíram para o sucesso, mas a responsabilidade por transformar “Dexter” numa série de culto vai inteirinha para Michael C. Hall. A antiga estrela de “Six feet under” consegue que o seu assassino frio e distante, uma das mais complexas personagens da televisão actual, conquiste o público, transformando a sua interpretação num case study sobre como dar vida a um homem complicado e permanentemente assombrado por demónios interiores. Devia haver Oscars para TV, porque um Emmy vai sempre saber a pouco.


Venha rápido a Temporada IV, que eu já estou a sentir os efeitos da ressaca.


Imagem: retirada do site http://www.buddytv.com/articles/dexter/dexter-season-4-speculations-25368.aspx

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segunda-feira, agosto 17, 2009

Convites

Quando se chega a determinado ponto da vida tendemos a acreditar que as premissas que nos definem enquanto pessoas e profissionais são completamente estáveis, acreditamos que estamos seguros e que nada nos pode atingir, que certas coisas são imutáveis e só sofrerão alterações se estas partirem de nós.

Depois algo muda, a sociedade sofre um valente esticão, os castelos de cartas começam a ruir. É aí que a nossa arrogância se começa a encolher atrás do medo, que nos começamos a assustar e a pensar no pior. E se numa fase inicial queremos acreditar que o que está a acontecer a outros, conhecidos e desconhecidos, nunca nos irá acontecer a nós (porque somos diferentes, porque nos esforçámos, porque provámos o que valemos, porque passámos horas e anos sem conta a fazer “um esforço”), num segundo momento começamos a ver que será melhor preparar a nuca para a paulada. Mas a verdade é que nunca se está verdadeiramente preparado para abrir mão de uma história de vida, de todas as comodidades e segurança conseguidas a duras penas, para voltar à luta, de peito aberto às rejeições, para a angústia de fazer face às dificuldades que inevitavelmente se irão acumulando.


O único ânimo poderá advir da capacidade de encarar a mudança como uma oportunidade. Não é fácil, e são raras as pessoas que conseguem dar a volta por cima e ressurgir mais fortes. Quanto a mim, já percebi que falar é fácil quando se está a lidar com situações meramente hipotéticas. Por isso, vou convencer a minha pessoa, que despreza livros de inter ajuda e pensamento positivo, a colocar “Quem mexeu no meu queijo” na mesa-de-cabeceira e a tratar de interiorizar as suas máximas.


Imagem: retirada do site www.bitaytes.com

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terça-feira, agosto 04, 2009

Vira o disco e toca o mesmo.

Graças à luta incansável de algumas combatentes do sexo feminino, as mulheres conquistaram mais direitos nas últimas décadas do que em toda a história da humanidade (excepção feita a algumas sociedades pré-históricas, com as suas deusas-mãe a sugerir que não fosse o advento da religião e quem mandava éramos mesmo nós … mas isso são outras histórias). Da liberdade sexual ao direito de voto, pouco a pouco, as leis da sociedade têm vindo a ajustar-se de forma a satisfazer mais de metade da população mundial. No entanto, sempre que vou a um jantar de família (daqueles com pais, avós, muitos primos, cães e gatos) fico a perceber porquê que as mulheres continuam a ter tantas dificuldades em ser encaradas como iguais (quer em família, quer no trabalho).

Quem vir um destes acontecimentos de fora pode apreciar o seguinte panorama:

- Antes do jantar: os homens juntam-se na sala, a fumar uns cigarros, a beber uns aperitivos e a conversar sobre política ou sobre os seus empregos e interesses; as mulheres ficam na cozinha a descascar, cortar e preparar a comida, a pôr a mesa e a falar, quase invariavelmente, de receitas ou de crianças.

- Depois do jantar: os homens juntam-se na sala, a fumar uns cigarros, a beber uns digestivos e a conversar sobre política ou sobre os seus empregos e interesses; as mulheres ficam na cozinha a levantar a mesa, a lavar e a secar a loiça e a falar de receitas ou de crianças.


E porquê que isto acontece? Custa-me dizer, mas em grande parte é mesmo por nossa causa. Por exemplo, eu adoro ficar na sala a ouvir e a participar de conversas que tratem temas de interesse nacional ou internacional (não é que não goste de falar de receitas - adoro! -, mas não quando há coisas mais interessantes a serem discutidas na sala ao lado). Agora, se eu for a um destes jantares e decidir ficar na sala, quem acham que me vai criticar?... Certo: vão ser as mulheres. Todas sabemos como é: “Aquela gaja, em vez de vir ajudar, senta-se na sala ao lado do namorado…”. Claro que a boa educação nos diz que temos de ajudar. Mas isso não é válido para todos? Desde quando é que ter uma pila nos isenta da responsabilidade? O certo é que, quando existem grupos de homens e mulheres, eles assumem naturalmente que o trabalho de sapa é nosso. E nós também. De vez em quando, um deles lá condescende em colocar um ou dois pratos na mesa e é um acontecimento: ele fica todo contente consigo mesmo, porque nos “ajudou”. E nós também. Haja paciência, assim não vamos lá.


Mulheres, eu sei que é difícil, mas as coisas só vão mudar quando começarmos a assumir a nossa culpa: das mãezinhas que não souberam/sabem educar os filhotes (ditado relevante: “A mão que embala o berço é a mão que governa o mundo.”), das mulheres que continuam a virar-se uma contra as outras em vez de dirigirem as suas críticas para o alvo certo (enquanto não só aceitarmos, mas defendermos os papéis que nos foram atribuídos à nascença, vai ficar tudo na mesma). Estamos tão centradas em ganhar a guerra que nem nos apercebemos que continuamos a oferecer-lhes de bandeja as pequenas batalhas do dia-a-dia. Depois queixamo-nos.


Imagem: retirada do blog adevidacomedia.wordpress.com

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